quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Segunda fase do projeto Iguaçu terá R$ 340 milhões

O presidente do INEA Luiz Firmino, concede entrevista antes de sua palestra com o tema "Projeto Iguaçú e os Desafios da Engenharia" no Seminário sobre o PAC, Impacto Rio 2010.
Fotógrafo: Vanor Correia

O projeto Iguaçu, conjunto de intervenções contra enchentes em rios da Baixada Fluminense desenvolvido pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão executivo da Secretaria do Ambiente, vai trabalhar em sua segunda fase com um orçamento de R$ 340 milhões, já previsto no PAC 2, e contrapartida do Estado de 20% desse valor, para o reassentamento de até 10 mil famílias residentes em áreas de risco, a construção de diques para a contenção de cheias e da Rodovia Transbaixada, ligando a Washington Luis à Via Lihgt.

O presidente do Inea, Luiz Firmino, anunciou ainda no seminário ImPACto Rio 2, reunindo autoridades dos governos federal e estadual, técnicos e engenheiros dos consórcios encarregados das obras do projeto Iguaçu, que também está nos planos do órgão a criação de unidades de conservação estaduais nas áreas que não devem ser ocupadas. Isso, segundo Firmino, vai garantir, através de decreto estadual, que essas áreas não serão ocupadas ainda que o município aprove em seu zoneamento a possibilidade de uso.

O objetivo da palestra “Rios da Baixada”, do presidente do Inea, foi fazer um balanço do projeto Iguaçu, com mais de 90% das ações já concluídas ao longo de 30 meses, na primeira fase.

- No PAC 1, o projeto Iguaçu somou R$ 350 milhões em investimentos (R$ 220 milhões do governo federal e R$ 130 milhões do Estado) e reassentou 1,5 mil famílias que moravam em áreas de risco, o que viabilizou a recuperação dos rios Iguaçu, Botas e Sarapuí e a urbanização das orlas como verdadeiros parques para que não voltem a ser ocupadas – explicou.

A Baixada Fluminense é uma região extremamente complexa e, de acordo com Firmino, a fase 2 do PAC vai envolver, inclusive, a questão dos diques, e, com isso, antecipando a discussão do aumento do nível do mar e as obras necessárias para enfrentar esse problema.

- Na Baixada existem regiões que hoje estão abaixo do nível do mar e já sofrem com o atual nível na maré cheia. A infraestrutura que se montou nos anos 50 e 60 e que não teve manutenção nas décadas seguintes, hoje está sendo e retomada pelo projeto Iguaçu – explicou o presidente do Inea, acrescentando que as primeiras intervenções já começaram ainda no final do PAC 1, com a instalação de um sistema de bombeamento de água nas áreas mais afetadas.

O sistema de diques da Baixada Fluminense será contemplado com recursos para recuperá-lo e colocar em funcionamento as comportas que, no passado, evitavam as enchentes. A ideia é retirar milhares de famílias que ocuparam indevidamente as áreas de represamento de água e transformar o dique em uma importante ligação viária para a região, a Transbaixada, que cumprirá uma função também do ponto de vista hidráulico.

As intervenções do projeto Iguaçu têm como objetivo o controle de inundações e a recuperação ambiental das bacias dos rios Iguaçu, Botas e Sarapuí. As ações do projeto têm resultado em grandes melhorias nas condições de habitação e da infraestrutura urbana nas áreas atingidas por enchentes na região e na parte Oeste da Baía de Guanabara, beneficiando cerca de 2,5 milhões de habitantes.

O projeto abrange os municípios de Nilópolis, Mesquita, Belford Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti e parte da Zona Oeste do Rio e envolve intervenções para melhoria da macro e mesodrenagem das bacias dos três rios, com a recuperação das áreas marginais e instalação de parques de orla, plantio de vegetação ciliar, reflorestamento de nascentes, preservação de áreas para amortecimento de cheias, renaturalização de cursos d’água, desobstrução e substituição de pontes e travessias, realocação de moradias, além de outras medidas relacionadas como disciplinamento do uso do solo e coleta de lixo.

1 comentários:

Marcio disse...

Moramos no trecho da via ferrea até o bairro Santa Eugenia em Nova Iguaçu.
Estamos a mais de 2 anos sem saber: Qual parte deste trecho sofrerá intervenção? E saber a data aproximada que ocorrerá.
Grato. Márcio Wenceslau (Bairro Bandeirantes - Nova Iguaçu)