quinta-feira, 21 de maio de 2009
CRE pede a Amorim que reveja apoio a egípcio na Unesco
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A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) enviará ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, um pedido para que reconsidere a sua decisão de não apoiar as candidaturas ao cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) de dois brasileiros - o atual diretor-geral adjunto, Márcio Barbosa, e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

O pedido consta de requerimento apresentado pelo presidente da comissão, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Em vez de apoiar um dos dois brasileiros, o governo optou por votar no ex-ministro egípcio da Cultura Farouk Hosni, uma "figura controversa" na opinião do senador.

- Causaram estranheza as frágeis justificativas apresentadas pelo Itamaraty para a opção pelo candidato egípcio. O Itamaraty justificou se tratar de um muçulmano. Todas as religiões merecem nosso respeito, mas elas não podem ser a razão da indicação para uma entidade mundial que cuida de temas plurais, como educação, cultura e ciência. Alegou ainda que o Egito nunca ocupou a direção geral da Unesco, esquecendo-se que o Brasil também não - disse Azeredo.

O senador Fernando Collor (PTB-AL) foi o primeiro a apoiar a iniciativa, observando que seria difícil para a comissão e para o Congresso Nacional admitir que o Brasil opte pelo candidato egípcio quando conta com dois nomes como os de Barbosa e Cristovam. Collor lembrou ainda que Hosni já defendeu a queima de livros publicados em hebraico, uma postura que considerou "absurda", em pleno século XXI.

O senador Paulo Duque (PMDB-RJ) também apoiou o requerimento, sob o argumento de que a eleição de um brasileiro para o cargo de diretor-geral da Unesco poderia ser considerada uma "grande vitória diplomática".

Inicialmente, o requerimento incluía apenas o nome do diretor-geral adjunto da Unesco. Embora tenha citado o nome de Cristovam Buarque na justificativa, Azeredo ponderou que o senador pelo Distrito Federal já havia compreendido os motivos do governo brasileiro para apoiar o candidato egípcio. Por sugestão do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), no entanto, ele decidiu mencionar igualmente a candidatura de Cristovam.

Marcos Magalhães / Agência Senado


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