quinta-feira, 5 de março de 2009

PICCIANI CRIA COMISSÃO PARLAMENTAR PARA EVITAR CRISE NO SUL FLUMINENSE




A Assembleia Legislativa do Rio e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico vão unir esforços para evitar que a crise econômica mundial afete, principalmente, os municípios da região Sul fluminense. Para tanto, pretendem acelerar as obras do Arco Metropolitano e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previstas para o Rio, discutir com as empresas, mais especificamente com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a revisão de demissões de trabalhadores e rever a política tributária para pôr fim à falta de simetria e competitividade entre municípios. Picciani anunciou que uma comissão de parlamentares fluminenses, liderada pelo deputado Nelson Gonçalves (PMDB), irá a Brasília para um encontro com o ministros da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, e do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, para tentar reverter as demissões. “Períodos de crise e de dificuldade são o momento de alinhar esforços e empreender mudanças cujos resultados vão permitir aproveitar oportunidades quando a turbulência arrefecer. Sou otimista e acredito que a crise vai passar. É preciso trabalhar em conjunto”, explicou o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), que nesta quarta-feira (04/03) recebeu, no Palácio Tiradentes, prefeitos de 14 cidades fluminenses.

O encontro, promovido pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Econômico do Estado, contou também com a participação de diversos parlamentares e de representantes do Governo do estado. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, lembrou que a região Sul Fluminense é a que tem mais concentração de empresas de transformação, notadamente nos segmentos automotivo e de siderurgia, os mais afetados pela crise em virtude da desaceleração econômica, queda nos preços das comoditties internacionais e retração do crédito. “Estávamos justamente na fase de conseguir atrair empresas fornecedoras da cadeia produtiva automobilística quando veio a crise”, explicou o secretário. Desde setembro, com o agravamento da crise global, pelo menos 1.800 pessoas já perderam o emprego na região, que tem 850 mil habitantes e PIB de R$ 17 bilhões.

Picciani lembrou que, além deste tema, é preciso corrigir as distorções na chamada Lei Rosinha (Lei 4.533/05), que trata da concessão de incentivos fiscais e financiamentos para o desenvolvimento social e econômico de 31 municípios fluminenses. As empresas que se instalaram ou expandiram seus negócios nessas regiões passaram a pagar apenas 2% de ICMS nos próximos 25 anos. “É uma lei importante, mas que precisa de ajustes e correções pontuais para darmos condições de competitividade aos municípios mais empobrecidos”, disse o presidente, acrescentando que a união de políticos sérios com a sociedade civil visa à apontar bom caminho de desenvolvimento para o estado. “Temos que investir em educação profissional e capacitação empresarial de olho no futuro. China e Índia desaceleraram, mas continuam crescendo; os Estados Unidos, apesar de serem o pivô da crise, já começam a se movimentar novamente. Esses países, em breve, vão recuperar sua capacidade de investimento internacional e o apetite pelo comércio global”, afirmou Picciani, lembrando que a recessão mais grave, que atualmente atinge os países da zona do euro e o Japão, abre uma oportunidades para aqueles que souberem aproveitar os espaços deixados no comércio internacional.

Para acelerar as obras do PAC e do Arco Metropolitano, o presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional, deputado Rodrigo Neves (PT), propôs a adoção de um terceiro turno nas obras do PAC. “Temos obras atrasadas que, se forem aceleradas, gerariam empregos temporários que seriam extremamente oportunos para absorver a mão-de-obra que está sendo liberada pelas empresas, nesse momento de transição”, afirmou Neves. Além da geração de emprego imediata, a finalização do Arco Metropolitano incorre num duplo benefício que foi salientado pelo deputado Picciani: facilitar o escoamento da produção para exportação e desonerar o transporte de mercadorias dentro do Rio de Janeiro. “Investir em infraestrutura garante empregos , renda e consumo hoje, e melhora o ambiente de negócios das empresas para alavancar o crescimento e a recuperação no médio e curto prazos”, declarou o peemedebista.

O presidente da Comissão de Economia, Indústria e Comércio da Alerj, o deputado André Corrêa (PPS), disse que o foco da reunião é o apoio à economia da região e o auxílio às cidades com os menores Índices de Desenvolvimento Econômico. “Não consigo entender o pequeno o número de empresas beneficiadas pela Lei Rosinha. São menos de 60 beneficiadas, é muito pouco. É um fato que merece ser revisto”, disse ele. Já para o deputado Luiz Paulo (PSDB), trata-se de uma norma com pontos obscuros e que precisa de muitos ajustes. “A lei chegou à Alerj em regime de urgência, sem fundamentação para a escolha dos 31 municípios beneficiados”, argumentou. Representante do município de Barra Mansa, a deputada Inês Pandeló (PT) falou sobre a importância do evento. “A partir daqui será possível a abertura de diálogo. Tínhamos uma grande expectativa de crescimento, para a região. Porém, as demissões dos trabalhadores da CSN foi um grande baque”, ressaltou Pandeló. Opinião reforçada pelo deputado Edson Albertas
si (PMDB). “Sem dúvida o grande problema foram as demissões e a falta de bom sendo do empresariado. Precisamos unir forças para erguer a região, conclui ele.

Participaram do encontro os prefeitos de 14 municípios do Sul fluminense (Angra dos Reis, Barra do Piraí, Barra Manda, Itatiaia, Piraí, Pinheiral, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Valença, Vassouras e Volta Redonda), os deputados Edson Albertassi (PMDB), Rodrigo Neves (PT), Luiz Paulo (PSDB), Paulo Melo (PMDB), Noel de Carvalho (PMDB) e Nelson Gonçalves (PMDB). Dentre as entidades que compõem o Fórum, estiveram presentes o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen; o presidente da ACRJ, Olavo Monteiro de Carvalho; o presidente do Sebrae-RJ e da Faerj, Rodolfo Tavares, o presidente da Adesg, Pedro Ernesto Mariano de Azevedo, o diretor superintendente da Câmara Americana de Comércio, Ricardo Mayer de Albuquerque; o diretor superintendente do Sebrae, Sergio Malta; o vice-presidente da SNA, Antonio Mello Alvarenga, o diretor de mobilidade urbana da Fetranspor, Arthur Cesar de Menezes; a professora de direito ambiental da PUC-Rio, Danielle de Andrade; a assessora parlamentar da Fecomercio, Laura Suarez. Além do secretário Julio Bueno, da equipe da Secretaria de Desenvolvimento Economico vieram Mauricio Chacur, presidente da Invest Rio; Fernando Costa Barros, diretor-superintendente da Codin; Renata Cavalcanti e Dulce Ângela, subsecretárias de desenvolvimento econômico do estado e o economista Luiz Octavio Casarin.

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